Descubra os diferentes tipos de crochê: se você acha que crochê é tudo igual, então está na hora de conhecer um mundo novo dentro dessa arte tão amada. Embora o crochê tradicional seja o mais conhecido, vale ressaltar que existem vários outros estilos que também merecem destaque. Além disso, cada tipo tem seu jeitinho único de fazer, um visual diferente e até ferramentas específicas.
Portanto, neste post, você vai entender como cada técnica se diferencia, com explicações simples e diretas. Preparado? Vamos lá!
🪡 1. Crochê Tunisiano
Também chamado de “crochê afegão”, o crochê tunisiano é uma técnica que pode parecer uma mistura de crochê com tricô, pois utiliza uma agulha mais longa, semelhante à agulha de tricô. Ao contrário do crochê tradicional, em que cada ponto é feito e concluído de uma vez, no crochê tunisiano, você começa uma carreira e vai pegando os pontos sem finalizá-los imediatamente. Depois, você volta para concluir todos os pontos de uma vez.
A técnica funciona da seguinte forma: você insere a agulha para pegar os pontos e os mantém na agulha, formando uma linha contínua de pontos. Ao voltar, é que você finaliza cada um desses pontos, criando um efeito mais espesso e denso. Isso faz com que o crochê tunisiano resulte em peças mais firmes, com uma textura mais encorpada.
Uma das principais características do crochê tunisiano é a sua flexibilidade, que permite a criação de peças mais estruturadas, como mantas, almofadas, bolsas e até roupas. Por esse motivo, ele é ideal para quem busca um acabamento mais robusto e com um visual diferente do crochê tradicional.
🧷 2. Crochê de Grampo
O crochê de grampo é feito com a ajuda de um tecido em formato de U, chamado grampo, que facilita a criação de tiras longas de crochê. A técnica envolve usar essa ferramenta para formar tiras delicadas que, depois, podem ser unidas em diversos formatos para criar peças maiores. O ponto principal do crochê de grampo é que ele resulta em um visual mais rendado, com um padrão que permite a criação de tecidos vazados, ideal para peças com uma leveza única.
Para executar a técnica, você começa colocando o fio no grampo e tecendo a tira com pontos básicos, como ponto baixo ou ponto alto. Quando as tiras estão prontas, elas são unidas de diferentes formas, dependendo do projeto, podendo ser costuradas ou entrelaçadas. O efeito final é uma textura vazada, com um acabamento muito leve e fluido, que dá uma sensação de “rede” ou “trama”.
Muitas pessoas usam essa técnica para criar peças como echarpes, xales e acessórios, pois o visual rendado dá movimento e caimento às criações. Além disso, por ser uma técnica que utiliza pontos simples, o crochê de grampo pode ser uma ótima escolha para quem está começando e quer criar peças de aparência delicada.
📐 3. Crochê Filé (Fillet)
O crochê filé é uma técnica caracterizada pelo uso de uma rede de quadradinhos. O artesão faz esses quadrados com pontos de crochê, e preenche alguns deles com pontos adicionais, formando desenhos ou até mesmo letras. A técnica se baseia em um gráfico no qual o artesão decide quais quadrados serão preenchidos e quais serão deixados em branco, criando padrões que podem variar de simples a mais complexos.
Essa técnica é comumente usada em peças como toalhas, cortinas e caminhos de mesa, justamente pela possibilidade de criar desenhos delicados e bem estruturados. No processo de execução, o crochê filé geralmente começa com uma base de correntinhas que formam a rede inicial. A partir daí, o artesão trabalha os quadrados, um de cada vez, de acordo com o padrão que deseja alcançar.
Uma característica marcante do crochê filé é o estilo gráfico, no qual os desenhos aparecem de forma mais abstrata, lembrando um bordado em grade. A rede de pontos cria uma estrutura que organiza o espaço, fazendo com que o padrão fique bem claro e com uma aparência geométrica. Outro ponto importante é que, dependendo do tamanho dos quadrados e da espessura do fio, você pode obter resultados que variam de peças mais leves a mais densas.
O crochê filé é uma técnica que exige atenção aos detalhes, pois cada ponto precisa ser cuidadosamente executado para que o padrão final tenha a forma desejada. Além disso, o uso de cores contrastantes pode dar ainda mais destaque aos desenhos, criando peças visualmente interessantes e únicas.
🌸 4. Crochê Irlandês
O crochê irlandês é um estilo que se caracteriza pela sua complexidade e riqueza de detalhes. Os artesãos utilizam motivos florais e formas de folhas, trabalham-nos separadamente e, em seguida, unem-nos por uma rede de pontos. Essa união dá o toque único ao crochê irlandês, criando uma textura e um visual que se destacam.
A técnica é bastante antiga e tem suas raízes na Irlanda, sendo tradicionalmente utilizada em toalhas, roupas de cama e até em peças de vestuário, como vestidos e blusas. No processo de confecção, o artesão cria pequenos motivos, muitas vezes com pontos altos, baixos e picôs, que são depois unidos por uma espécie de rede feita com pontos de corrente ou outros pontos mais simples.
Uma das principais características do crochê irlandês é que ele exige muita paciência e precisão. Os motivos florais e as folhas, por exemplo, precisam ser feitos com atenção aos detalhes, para que cada ponto esteja no lugar certo e a peça final tenha um acabamento perfeito. Além disso, a união dos motivos requer um certo cuidado para que as transições entre as partes não fiquem evidentes, proporcionando uma peça mais fluida e harmoniosa.
🧺 5. Crochê com Fio de Malha
O crochê com fio de malha, também conhecido como crochê com trapilho, utiliza fios mais grossos que os tradicionais, geralmente feitos a partir de tiras de tecido de algodão, malha ou materiais reciclados. Esses fios têm uma espessura maior e, por isso, exigem o uso de agulhas mais grossas, normalmente entre 9 mm e 12 mm, dependendo do projeto e da espessura do fio.
A técnica é semelhante ao crochê tradicional, mas, devido à espessura do fio, o trabalho avança mais rápido e os pontos ficam bem visíveis. O resultado são peças firmes e com boa estrutura, ideais para projetos que precisam de sustentação. Na prática, o artesão começa criando a base com pontos baixos ou pontos altos e vai modelando a peça conforme o tipo de objeto desejado, como cestos, bolsas, tapetes ou sousplats.
O fio de malha tem pouca elasticidade, o que ajuda a manter o formato da peça mesmo com o uso contínuo. Além disso, como o material é mais espesso, ele também oferece maior durabilidade, sendo uma boa opção para itens do dia a dia. A técnica também permite variações nos pontos e nos formatos, o que possibilita uma grande diversidade de peças, desde as mais simples até as mais elaboradas.
🧸 6. Amigurumi
O amigurumi é uma técnica japonesa de crochê usada para criar objetos tridimensionais, como bonecos, animais e figuras diversas. A principal característica dessa técnica é que o artesão faz as peças em forma de volume, com enchimento interno, o que dá ao trabalho uma aparência arredondada e firme.
Para confeccionar um amigurumi, o artesão geralmente utiliza o ponto baixo em espiral, ou seja, ele faz as carreiras continuamente, sem fechamento com ponto baixíssimo, o que evita emendas visíveis. A base do boneco normalmente começa com um anel mágico, que permite ajustar o centro da peça e evitar buracos. A partir daí, você pode aumentar ou diminuir os pontos conforme o formato desejado — por exemplo, para formar a cabeça, os braços ou o corpo do personagem.
Você deve fazer o enchimento com fibra de poliéster ou outro material leve e distribuir bem o recheio para que a peça fique uniforme. Geralmente, o amigurumi é confeccionado por partes separadamente (como braços, pernas e orelhas) e depois costura cada uma delas no corpo principal usando uma agulha de tapeçaria.
O amigurumi exige atenção na contagem de pontos e nas mudanças de forma, já que o acabamento depende de simetria e firmeza. Por isso, é comum seguir receitas bem detalhadas com instruções específicas de aumentos e diminuições para garantir o formato correto da peça final.
🎨 7. Crochê Freeform
O crochê freeform é uma técnica que se caracteriza pela ausência de padrões fixos, gráficos ou receitas. Ao contrário de outras abordagens estruturadas, o trabalho é feito de forma intuitiva, combinando diferentes tipos de pontos, fios, texturas e cores no mesmo projeto. Isso significa que o artesão não precisa seguir uma sequência específica, podendo iniciar o trabalho por qualquer ponto da peça, expandindo de maneira orgânica conforme desejar.
Na prática, o crochê freeform envolve a criação de pequenos fragmentos — chamados de scrumbles — que são como pedaços avulsos com formatos variados. O artesão cria esses fragmentos separadamente e depois unidos manualmente com costura ou crochê, formando uma peça maior. Durante o processo, podem ser usados pontos simples, como ponto baixo, ponto alto e correntinha, até pontos mais elaborados, como ponto pipoca, ponto concha ou relevo.
O resultado é uma peça irregular, com formas assimétricas e composição livre. Vocês podem utilizar essa técnica para criar painéis decorativos, capas de almofada, roupas, bolsas e acessórios. Não há preocupação com simetria ou repetição, o que permite explorar combinações de materiais, como lã, algodão, fios metálicos ou até retalhos.
Por não seguir regras específicas, o crochê freeform exige conhecimento prévio de vários pontos e segurança na execução, já que cada projeto é diferente e exige decisões contínuas ao longo da criação.
🌀 8. Crochê Broomstick Lace
O crochê broomstick lace, também conhecido como crochê de vassoura, é uma técnica que utiliza duas ferramentas: uma agulha de crochê comum e um objeto cilíndrico grosso, que pode ser uma agulha especial ou até um cabo de vassoura, daí o nome da técnica. O artesão cria laçadas largas com o objetivo de resultar em um padrão rendado e alongado.
A execução da técnica começa com uma carreira base de pontos baixos ou altos, feita com a agulha de crochê. Em seguida, o artesão alonga os pontos um a um e os coloca sobre a agulha grossa, criando uma série de laçadas. Depois de formar um grupo de laçadas, o artesão retira essas laçadas da agulha grossa e trabalha dentro de cada grupo com pontos baixos ou outros pontos para fixar o conjunto.
O número de laçadas por grupo pode variar, normalmente entre 3 e 6, e isso influencia diretamente no aspecto final da peça. Quanto maior o grupo, mais aberto será o ponto. O resultado é um tecido com colunas verticais bem definidas e espaços entre os pontos, o que confere leveza ao trabalho.
Essa técnica é adequada para quem deseja utilizar em projetos que exigem uma estrutura vazada, como echarpes, xales, blusas leves e detalhes decorativos em roupas ou acessórios. Apesar de parecer complicada à primeira vista, a técnica se baseia em repetições simples, o que permite ao artesão ganhar prática com o tempo.
🧶 9. Crochê Jacquard (ou Tapestry)
O crochê tapestry, também conhecido como crochê jacquard, é uma técnica que permite trabalhar com duas ou mais cores de fio na mesma carreira, criando padrões gráficos, figuras ou desenhos geométricos. A principal característica dessa técnica é o carregamento dos fios: enquanto o artesão utiliza um fio, ele conduz os demais por dentro dos pontos, mantendo-os escondidos no interior do trabalho até que sejam novamente necessários.
Para executar o crochê tapestry, normalmente se usa o ponto baixo como base, pois ele forma uma malha mais fechada que ajuda a esconder os fios carregados. O artesão troca de cor conforme o gráfico, puxando o fio correspondente no momento certo, sempre mantendo a tensão dos fios regular para evitar que o tecido fique repuxado ou com ondulações.
O uso de gráficos é essencial nessa técnica. Eles indicam exatamente onde e quando as trocas de cor devem acontecer, permitindo que o artesão acompanhe a formação dos desenhos com precisão. Além disso, é comum que o artesão faça o trabalho em carreiras de ida e volta, o que requer atenção na leitura invertida dos gráficos nas carreiras do avesso.
O resultado é uma peça com o desenho incorporado ao tecido, sem necessidade de bordar por cima. Embora o avesso da peça mostre os fios conduzidos, você pode reforçar o acabamento com forro, dependendo da aplicação.. É uma técnica muito utilizada para criar bolsas, capas de almofada, tapetes e painéis decorativos que exigem definição visual nos desenhos.
🔷 10. Crochê Modular
O crochê modular é uma técnica em que o artesão cria módulos individuais como quadrados, círculos, hexágonos ou outras formas geométricas trabalhando-os separadamente e, depois, unindo-os para formar uma peça maior. O artesão inicia e finaliza cada módulo de forma independente, o que permite produzir várias partes pequenas antes de começar a montagem final.
Um dos formatos mais utilizados nessa técnica é o granny square (quadrado da vovó). Os pontos utilizados variam conforme o padrão escolhido, sendo comum o uso de pontos altos, correntinhas e ponto baixo para formar os contornos.
Após a finalização dos módulos, eles podem ser unidos de diferentes formas: com agulha de tapeçaria (costura), com pontos baixos feitos diretamente nas bordas, ou até durante a última carreira do motivo, encaixando uma peça na outra. Nesse caso, a escolha do método de união depende do efeito visual desejado e da estrutura da peça final.
Além disso, a técnica é muito prática porque permite ao artesão trabalhar em etapas pequenas, facilitando o transporte e a produção. Outro ponto importante é que, com o crochê modular, é possível ajustar o tamanho da peça conforme o número de módulos produzidos. Por esse motivo, é comum o uso do crochê modular em colchas, bolsas, blusas e outros itens onde a repetição de padrões forma o conjunto.
💬 Conclusão
Como deu pra ver, o crochê vai muito além do básico! Primeiramente, é importante destacar que cada técnica tem suas ferramentas específicas e um estilo próprio de criar. Além disso, com tantas opções disponíveis, você pode experimentar vários tipos até que, finalmente, encontre aquele que combina mais com o seu jeito.
No entanto, vale lembrar que, além das técnicas que apresentamos aqui, ainda existem outras variações de crochê que seguem caminhos diferentes e exploram novas formas de criação. Portanto, seja para relaxar, decorar a casa ou até ganhar uma renda extra, sempre vai existir um tipo de crochê perfeito pra você.
E então, ficou curioso para se aprofundar em cada um deles? Pois bem, saiba que, em breve, vamos postar um guia completo explicando cada técnica com mais detalhes e com dicas de por onde começar. Por isso, fique de olho!😉